Lançando mão dos casos de ressurreição relatados na Bíblia, nega que a passagem por este mundo seja única, e que este juízo estabelece o retorno do espirito a uma outra vida em que terá de cumprir o seu carma.
Esta possibilidade de salvação póstuma universal e de uma salvação gradual e evolutiva por meio de sucessivas vidas corrompe a verdade bíblica. Após a morte, dizem as Escrituras, segue-se o juízo, embora não imediato. como mostra a história do homem rico e Lázaro (Lc 16.19-31). Os perdidos (o rico) já sofrem as preliminares de uma condenação eterna (Jo 5.29; 2Ts 1.9). Esta mesma passagem demonstra que não há reparação para os que não se convertem durante a existência terrena. Paulo corrobora com isso quando diz: “Ouvi-te em tempo aceitável; e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2Co 6.2; Ec 9.5).
A palavra “aceitável”, citada no início do versículo, vem do grego dektos (favorável), mas quando aparece pela segunda vez, Paulo intencionalmente utiliza termo grego euprosdeklos, que deve ser entendido como “favorabilíssima”. acentuando assim a importância do tempo de salvação no qual vivemos (Gl 4.4). Não há espaço para correção após a morte, mas, sim, conforme o texto em destaque, “agora”, ou seja, neste tempo de vida, quando temos a rica oportunidade de abraçar a graça salvadora (2Co 5.10; Gl 6.8.9).
Por sua vez, a apresentação espírita é um grande sofisma que pode cambalear cristãos incultos. As ressurreições que os espíritas procuram tomar como álibi são: 1.) As que precederam à ressurreição de Jesus:
a.) O filho da viúva de Sarepta (1 Rs 17.2);
b.) O filho da sunamita (2Rs 4);
c.) A ressurreição pelo toque nos ossos de Eliseu (2Rs 13);
d.) A filha de Jairo (Mt 9);
e.) O filho da viúva de Naim (Lc 7);
f.) O amigo de Jesus, Lázaro (Jo 11). 2.)
As que sucederam à ressurreição de Jesus: a.) Os santos que ressuscitaram e entraram em Jerusalém (Mt 27.53); b.) A discípula Tabita ou Dorcas (At 9.36-42); c.) O jovem Êutico (At 20.9-12). As ocorrências desses casos são exceções que apontam veementemente para a doutrina cristã da ressurreição e não para a reencarnação. Demonstram contundentemente a vitória de Cristo sobre a morte, maldição que sobreveio à humanidade em decorrência do pecado (Rm 5.12,15,17). O desvio da regra natural é tão caracterizado como tal que sempre foi recebido como ato miraculoso e inacreditável por aqueles que a testemunharam. Os cristãos não têm nada a esconder, os únicos episódios bíblicos passíveis de objeção estão aqui relacionados. Não é íntegro basear-se em casos isolados e individuais para estabelecer uma doutrina cujo teor é generalizado. Ou será que os espiritas creem que só reencarnaram estes exemplos bíblicos? É óbvio que não. É valido destacar ainda a astúcia da objeção espirita que, em circunstâncias convenientes, como esta se apresenta, se faz de ignorante em relação à própria doutrina que quer defender. Então nos parece necessário recobrar aquilo que o próprio Kardec ensinou a respeito da reencarnação em sua obra O evangelho segundo o espiritismo. “A reencarnação é a volta da alma à vida corpórea, mas em outro corpo’, especialmente formado para ela e que nada tem de comum com o antigo”. O mentor espírita é muito claro quando ressalta que a reencarnação supostamente se daria em um outro corpo diferente. Exatamente ao contrário do que ocorreu nos casos bíblicos que os próprios espiritas evocam, pois as pessoas ressuscitaram nos mesmos corpos em que faleceram e foram sempre reconhecidas por seus entes queridos e amigos.
Outro fato a ser considerado é que a doutrina kardecista prega a recorrência sucessiva de reencarnações e, por conseguinte, a pluralidade de existências em prol da evolução da alma. As Escrituras falam de ressurreição, não de reencarnação. mas se admitíssemos a reencarnação na Bíblia, não teríamos sequer um exemplo de reencarnação que vá além de uma existência. Além disso, nos casos bíblicos arrolados não houve desintegração corpórea, pois, na maioria deles, a ressurreição ocorreu ainda antes do sepultamento, instantes após as mortes, ou poucos dias depois, como no caso de Lázaro (quatro dias). A única exceção são os santos que ressuscitaram em decorrência da ressurreição de Jesus, mas. mesmo neste episódio, há grande especulação. Aliás, também é digno de nota que a Bíblia não diz que todos ressuscitaram. mas limita o grupo a uma característica (virtude espiritual) requerida por Deus no Antigo Testamento (Lv 20.7) e retomada no Novo Testamento (IPe 1.15). A saber: a santidade (apenas os santos). Finalmente, respeitando a própria definição espírita de reencarnação. temos o seguinte contraste: a reencarnação se dá num corpo mortal, é um evento múltiplo que envolve estados intermediários num processo, enquanto ocorre a ressurreição num corpo imortal, é um evento único em seu caráter genérico, e nos remete a um estado final, no qual Já detemos a perfeição.
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